Valor Econômico - Talita Moreira - São Paulo - January 14, 2021
A americana Lexington Partners chega ao Brasil de olho no incipiente mercado secundário de private equity e venture capital. O foco da gestora reside na compra e venda de participações de investidores nesses fundos, que tipicamente são de longo prazo, e em coinvestimentos.
O escritório recém-inaugurado no Brasil fica na avenida Faria Lima, em São Paulo, e é o oitavo da Lexington no mundo. A operação ficará sob o comando de Renato Weiss, que está na gestora desde 2016 e antes disso trabalhou no Goldman Sachs.
Até agora, a Lexington vinha tateando o mercado brasileiro por meio de sua unidade no Chile, que concentrava as operações para a América Latina. A gestora alocou entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões na região, onde atua há uma década, e a maior parte disso veio para o Brasil.
O tamanho da economia e a perspectiva de crescimento no volume de operações de private equity animaram a companhia a estabelecer uma unidade local. “Queremos fortalecer o relacionamento, manter contato regular com atuais e novos investidores e procurer oportunidades”, afirma José Sosa del Valle, sócio da Lexington e responsável pela gestora na América Latina, em entrevista ao Valor.
O mercado secundário de private equity ainda engatinha nos países latino-americanos, mas a percepção da gestora é a de que vai começar a decolar num intervalo de até três anos. Del Valle diz acreditar que o escritório brasileiro deve fechar seus primeiros negócios ainda neste ano. Tecnologia, saúde, setor financeiro e consumo são alguns dos principais alvos de interesse da gestora, embora infraestrutura e energia também façam parte do portfólio. No entanto, a prioridade, segundo o executivo, é ter exposição a gestores de qualidade. A Lexington pode há 5 horas adquirir participações minoritárias ou de controle nos fundos, numa decisão tomada caso a caso.
“O Brasil tem um ecossistema desenvolvido de private equity e venture capital”, diz. Segundo Del Valle, a estratégia ajudar a dar espaço para que os gestores executem seus planos de negócio e gerem valor para as empresas investidas. “A gente destrava uma situação em que todos obtêm liquidez e o ‘general partner’ ganha tempo”, afirma.
Com sede em Nova York, a Lexington é uma das maiores gestoras com foco no Mercado secundário e acumula cerca de US$ 52 bilhões em capital comprometido. Em janeiro do ano passado, a gestora levantou US$ 14 bilhões no fundo Lexington Capital Partners IX, e é com
recursos desse veículo que deve atuar no mercado brasileiro.
A companhia, afirma Del Valle, não estabelece pesos para seus investimentos em cada região. O executivo, no entanto, afirma que o Brasil é um mercado crescente e o volume destinado ao país deve se intensificar. De acordo com ele, além do crescimento da indústria no mercado local, os brasileiros também estão aumentando sua alocação de recursos em fundos de private equity internacionais.
Apesar do impacto da pandemia na atividade econômica, o executivo afirma estar otimista com as perspectivas para o Brasil. Além disso, a volatilidade e a cautela dos investidores, que têm freado os negócios no mercado de private equity, abrem mais possibilidades de a Lexington alocar recursos. “A covid-19 é uma ameaça, mas também é oportunidade”, afirma.
In English
American Lexington Partners arrives in Brazil with an eye on the incipient secondary market of private equity and venture capital. The manager’s focus is on buying and selling equity stakes investors in these funds, which are typically long-term, and in co-investments.
The newly opened office in Brazil is located on Avenida Faria Lima, in São Paulo, and is the eighth in Lexington in the world. The operation will be under the command of Renato Weiss, who is in charge since 2016 and before that he worked at Goldman Sachs.
Until now, Lexington had been groping the Brazilian market through its unit in Chile, which concentrated operations for Latin America. The manager allocated between US $ 100 million and US $ 150 million in the region, where it has been operating for a decade, and most of that came to Brazil.
The size of the economy and the prospect of growth in the volume of private operations equity encouraged the company to establish a local unit. “We want to strengthen the relationship, maintain regular contact with current and new investors and seek opportunities, ”says José Sosa del Valle, a partner at Lexington and responsible for the manager at Latin America, in an interview with Valor.
The secondary private equity market is still in its infancy in Latin American countries, but the manager’s perception is that it will start to take off in up to three years. Del Valle he says he believes the Brazilian office should close its first deals this year. Technology, health, the financial sector and consumption are some of the main targets of interest for management, although infrastructure and energy are also part of the portfolio. However, the priority, according to the executive, is to have exposure to quality managers. Lexington can 5 hours ago to acquire minority or control interests in the funds, in a decision taken on a case-by-case basis.
“Brazil has a developed ecosystem of private equity and venture capital,” he says. According to Del Valle, the strategy helps to give space for managers to execute their plans and generate value for investees. “We unlock a situation where everyone gets liquidity and the ‘general partner’ saves time, ”he says.
Headquartered in New York, Lexington is one of the largest market-focused managers secondary and accumulates about US $ 52 billion in committed capital. In January of the year in the past, the manager raised $14 billion in the Lexington Capital Partners IX fund, resources of this vehicle that should operate in the Brazilian market.
The company, says Del Valle, does not establish weights for its investments in each region. However, the executive states that Brazil is a growing market and the volume destined for the country must intensify. According to him, in addition to the growth of the industry in the local market, Brazilians are also increasing their allocation of resources in private equity funds international standards.
Despite the impact of the pandemic on economic activity, the executive says he is optimistic about the prospects for Brazil. In addition, the volatility and caution of investors, who have been holding back business in the private equity market, opens up more possibilities for Lexington to allocate resources. “Covid-19 is a threat, but it is also an opportunity,” he says.
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